Festa da Transfiguração do Senhor
A festa da Transfiguração recorda a dedicação das Basílicas do Monte Tabor, celebrada desde o fim do século V. Esta festa é posterior à da Exaltação da Cruz (14 de setembro), da qual depende a sua data, marcada para 6 de agosto, 40 dias antes da Exaltação da Cruz. A festa começou a ser celebrada também no Ocidente, a partir do século IX, quando foi inserida no calendário romano pelo Papa Calisto III, em 1457: uma ocasião histórica pela feliz recordação da vitória contra os Turcos, ocorrida no ano anterior, que ameaçavam seriamente o Ocidente.
Episódio da Transfiguração de Jesus
O episódio da Transfiguração de Jesus sobre um monte elevado, o Tabor, diante de três testemunhas escolhidas por ele: Pedro, Tiago e João, se situa no contexto a partir do dia em que Pedro confessou diante dos Apóstolos que Jesus é o Cristo, “o Filho de Deus vivo”.
Esta confissão cristã aparece também na exclamação do centurião diante de Jesus na cruz: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15,39), pois somente no Mistério Pascal o cristão pode entender o pleno significado do título “Filho de Deus”.
A partir desta revelação de Pedro, inspirado pelo Pai, Jesus, diz S. Mateus, “começou a mostrar a seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse… que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia” (Mt 16,21). Pedro rechaça este anúncio, os demais também não o compreendem, mas Jesus mostra a eles que afastá-lo do cálice da Paixão, que ele deveria beber, era ser movido por Satanás.
O Evangelho segundo S. Lucas destaca a ação do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos de sua missão: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasião do Batismo e também antes da Transfiguração, e antes de realizar por sua Paixão o plano de amor do Pai.
O rosto e as vestes de Jesus tornam-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, e é importante notar que o evangelista destaca sobre o que eles falavam: “de sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35). A nuvem e a luz são símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo.
Na Transfiguração a Trindade inteira se manifesta: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus mostra sua glória divina, confirmando a confissão de Pedro. Fica claro que a Paixão de Jesus é sem dúvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus.
Assim, pela Transfiguração Jesus preparou os discípulos para não se escandalizarem com a sua Paixão e morte na Cruz, o que para eles foi um grande desafio; mostrou-lhes a Sua glória. Mas para isso, como Ele, temos que passar pelas provações deste mundo, sempre ajudados pelas consolações de Deus.
O Papa Francisco nos fala: “Nós não estivemos no Monte Tabor, não vimos com os nossos olhos o rosto de Jesus brilhando como o sol, contudo, também nós recebemos a Palavra de salvação, a fé foi-nos dada e experimentamos a alegria de encontrar Jesus de diferentes maneiras. Jesus diz também a nós: ‘Levantai-vos e não tenhais medo’. A luz de Deus é obscurecida pelas preocupações da vida diária. Dizemos muitas vezes: não tenho tempo para rezar, sou incapaz de realizar um serviço na paróquia, de responder aos pedidos dos outros… Mas não devemos esquecer que d Batismo que recebemos nos fez testemunhas, não pela nossa capacidade, mas pelo dom do Espírito.” (Angelus de 8 de março de 2020)
Evangelho do Dia (06/08/2024)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos 9,2-10
Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João,
e os levou sozinhos a um lugar à parte
sobre uma alta montanha.
E transfigurou-se diante deles.
Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas
como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar.
Apareceram-lhe Elias e Moisés,
e estavam conversando com Jesus.
Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus:
“Mestre, é bom ficarmos aqui.
Vamos fazer três tendas:
uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”.
Pedro não sabia o que dizer,
pois estavam todos com muito medo.
Então desceu uma nuvem
e os encobriu com sua sombra.
E da nuvem saiu uma voz:
“Este é o meu Filho amado.
Escutai o que ele diz!”
E, de repente, olhando em volta,
não viram mais ninguém,
a não ser somente Jesus com eles.
Ao descerem da montanha,
Jesus ordenou que não contassem a ninguém
o que tinham visto,
até que o Filho do Homem
tivesse ressuscitado dos mortos.
Eles observaram esta ordem,
mas comentavam entre si,
o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Fontes: Canção Nova/Professor Felipe Aquino/Vaticano News